domingo, 28 de setembro de 2008

PORQUE VOTAR NULO?









PORQUE VOTAR NULO

O voto nulo é uma maneira de fazer política não institucional. Seus defensores não pretendem o acesso a cargos públicos por meio de eleições, mas criar as condições necessárias para a realização de reformas político-institucionais concretas. Partimos do princípio de que as coisas estão ruins e podem melhorar, mas para que isto ocorra os caciques políticos devem perder o controle do processo político. Isto somente ser feito através da recusa de participar de eleições e também por meio da sabotagem da propaganda dos Partidos com registro na Justiça Eleitoral. É fundamental mostrar as contradições e mentiras que têm sido usadas para manter os mesmos lideres no poder. Ao se recusar a legitimar o sistema representativo, o militante do voto nulo almeja paralisar o Estado para que o mesmo possa ser reformado por novas lideranças que surgirão. Caso esteja cansado da sonolência e maresia que tem sido a política no Brasil, participe do movimento fazendo campanha do voto nulo.

A Ideologia

A ideologia pode ser considerada o conjunto de ideias, concepções ou opiniões sobre algum ponto sujeito a discussão Por exemplo, a ideología da raça pura.
Ou, ainda, ideologia significa o conjunto de idéias sistematizadas que justificam determinada prática Por exemplo, a ideologia de, um partido político, a ideologia religiosa ou a ideologia de uma escola.
Ora, onde existe sociedade dividida em classes, há exploração do trabalho e separação entre trabalho intelectual e trabalho manual Tal situação leva à alienação, uma vez que a grande maioria dos trabalhadores perde a autonomia.
É justamente a ideologia que não permite a percepção da alienação e impede a revolta contra a dominação. Sem precisar recorrer à violência fisica, a ideologia mantém o consenso e a coesão da sociedade, escondendo as distorções, mascarando as desigualdades sociais e ocultando a exploração.

A ideologia é o conjunto de representações e idéias, bem, como de normas de
conduta por meio das quais o homem é levado a pensar sentir e agir da maneira que convém à
classe dominante Essa consciência da realidade é uma falsa consciência, porque camufla a divisão existente dentro da sociedade, apresentando-a como una e harmônica, como se todos partilhassem dos mesmos objetivos e ideais .

Revendo a ideologia, no sentido positivo, exerce a função de címento do grupo social, tornando a sociedade de fato unida em torno de crenças comuns que fazem justamente a força das tradíções. No sentido negativo a unidade é falsa, pois esconde a divisão injusta da sociedade para manter a dominação.
Examinemos alguns exemplos:
O trabalhador braçal geralmente é semi-analfabeto (não frequentou escola ou abandonou os estudos muito cedo), ganha mal, não tem casa própria, não melhora seu padrão de vida, os filhos reproduzem seus passos.
Uma interpretação ideologica justificaria a situação da seguinte maneira: ele é um trabalhador braçal porque não tem competência para outro tipo de serviço; não fez o devido esforço para estudar (talvez por preguiça ou por deficiência intelectual) Se não tem bens é porque esbanjou o que ganha, não fez poupança, se não melhora o padrão de vida é porque não cumpre as exigências de um bom empregado, aplicado e perseverante. Em todo caso, convém não perder as esperanças, um dia a sorte poderá lhe sorrir. E, quem sabe, com esforço seu filho possa até se formar doutor !
As justificatívas são todas de ordem individual, como se cada homem fosse o único responsável pelo seu próprio destino. Embora seja verdadeiro que as pessoas são sempre responsáveis elas suas escolhas, em sociedades de classes as oportunidades oferecidas não são iguais, o que lança os desprivilegiados em um
"jogo de cartas marcadas" no qual as chances de melhorar dependem menos deles e mais daqueles que detêm os meios de produção.
Isso significa que os bens produzidos pela sociedade serão usufruídos por uma minoria. A exclusão e evasão escolar não ocorrem porque as crianças pobres são poucas inteligentes ou preguiçosas, mas porque esse bem é de fato negado a elas. O mesmo acontece com a melhor remuneração do trabalho, o direito à produção e, consumo da cultura, o acesso ao lazer etc .
O discurso ideológico impede que o oprimido tenha uma visão propria do mundo porque lhe impõe os valores da classe dominante, tornados universais. Além disso, "naturaliza" as ações humanas, explicando-as como decorrentes da "ordem natural das coisas" e não como o resultado da injusta repartição dos bens .

domingo, 21 de setembro de 2008

Pensando bem !!! ...

1. Um aluno presta atenção à aula por dever ou por obrigação?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Afinal, o que é Ética?

A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, o caráter. Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no plural “mores”), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. Tanto “ethos” (caráter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é “adquirido ou conquistado por hábito” (VÁZQUEZ). Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem.
No nosso dia-a-dia não fazemos distinção entre ética e moral, usamos as duas palavras como sinônimos. Mas os estudiosos da questão fazem uma distinção entre as duas palavras. Assim, a moral é definida como o conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. A moral é normativa. Enquanto a ética é definida como a teoria, o conhecimento ou a ciência do comportamento moral, que busca explicar, compreender, justificar e criticar a moral ou as morais de uma sociedade. A ética é filosófica e científica.
“Nenhum homem é uma ilha”. Esta famosa frase do filósofo inglês Thomas Morus, ajuda-nos a compreender que a vida humana é convívio. Para o ser humano viver é conviver. É justamente na convivência, na vida social e comunitária, que o ser humano se descobre e se realiza enquanto um ser moral e ético. É na relação com o outro que surgem os problemas e as indagações morais: o que devo fazer? Como agir em determinada situação? Como comportar-me perante o outro? Diante da corrupção e das injustiças, o que fazer?
Portanto, constantemente no nosso cotidiano encontramos situações que nos colocam problemas morais. São problemas práticos e concretos da nossa vida em sociedade, ou seja, problemas que dizem respeito às nossas decisões, escolhas, ações e comportamentos - os quais exigem uma avaliação, um julgamento, um juízo de valor entre o que socialmente é considerado bom ou mau, justo ou injusto, certo ou errado, pela moral vigente.
O problema é que não costumamos refletir e buscar os “porquês” de nossas escolhas, dos comportamentos, dos valores. Agimos por força do hábito, dos costumes e da tradição, tendendo à naturalizar a realidade social, política, econômica e cultural. Com isto, perdemos nossa capacidade critica diante da realidade. Em outras palavras, não costumamos fazer ética, pois não fazemos a crítica, nem buscamos compreender e explicitar a nossa realidade moral.
No Brasil, encontramos vários exemplos para o que afirmamos acima. Historicamente marcada pelas injustiças sócio-econômicas, pelo preconceito racial e sexual, pela exploração da mão-de-obra infantil, pelo “jeitinho” e a “lei de Gerson”, etc, etc. A realidade brasileira nos coloca diante de problemas éticos bastante sérios. Contudo, já estamos por demais acostumados com nossas misérias de toda ordem.
Naturalizamos a injustiça e consideramos normal conviver lado a lado as mançôes e os barracos, as crianças e os mendigos nas ruas; achamos inteligente e esperto levar e os mendigos nas ruas; achamos inteligente e esperto levar vantagem em tudo e tendemos a considerar como sendo etário quem procura ser honesto. Na vida pública, exemplos é o que não faltam na nossa história recente: «anões do orçamento”, impeachment de presidente por corrupção, compras de parlamentares para a reeleição, os medicamentos "b o", máfia do crime organizado, desvio do Fundef, etc. etc.
Não sem motivos fala-se numa crise ética, já que tal realidade não pode ser reduzida tão somente ao campo político-econômico. Envolve questões de valor, de convivência, de consciência, de justiça. Envolve vidas humanas. Onde há vida humana em jogo, impõem-se necessariamente um problema ético. O homem, enquanto ser ético, enxerga o seu semelhante, não lhe é indiferente. O apelo que o outro me lança é de ser tratado como gente e não como coisa ou bicho. Neste sentido, a Ética vem denunciar toda realidade onde o ser humano é coisificado e animalizado, ou seja, onde o ser humano concreto é desrespeitado na sua condição humana.